
Automutilação e psicoeducação
A automutilação pode ser considerada um transtorno grave, pois pode gerar intenso sofrimento emocional e causar fortes impactos na vida do automutilador, dos seus pais e parentes próximos. Se não for adequadamente tratada, pode evoluir para outros transtornos, como a ideação suicida. A gravidade e o alto número de casos fizeram com que a automutilação fosse reconhecida pelo governo federal como um problema de saúde pública no Brasil.

A psicoeducação é apontada pela literatura científica como uma estratégia eficiente para enfrentar a automutilação. Ela envolve componentes psicológicos e pedagógicos que podem ter os seguintes objetivos: promover a saúde; incentivar a adesão ao tratamento; prevenir; conscientizar e ensinar sobre doenças e saúde, ajudando as pessoas envolvidas a esclarecer suas dúvidas; a lidar melhor com a situação e com as dificuldades práticas do dia a dia. Este site se propõe a ampliar o conhecimento sobre automutilação, e assim, contribuir para a prevenção e a conscientização da população em geral.
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O que é automutilação?
A automutilação, ou autolesão não suicida (ALNS), é um transtorno do comportamento. O praticante causa pequenas ou moderadas lesões (ferimentos) corporais em si , com a intenção de causar sangramento, contusão ou dor. O objetivo do praticante não é causar a própria morte, e sim, aliviar seu sofrimento psíquico e emocional (1,2).
Existem muitas formas de praticar a automutilação, mas as mais comuns são os pequenos cortes na pele, utilizando-se objetos como: canivetes, facas, tesouras, pregos, vidros, clipes ou qualquer outro objeto que corte ou fure (1,2).
Desenho livre postado em site de jogos e disponível na internet. Para acessar o site, clique no botão abaixo.
Automutilação ou autolesão não suicida?
Embora na área da saúde seja mais utilizado o nome Autolesão Não Suicida (ALNS), que foi a denominação adotada pela Associação Americana de Psicologia (APA) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a legislação brasileira, através da Lei n°13.819, de 26 de abril de 2019, adotou o termo "automutilação" (5). Assim, por ser mais conhecido pela população e estar em concordância com a lei, este será utilizado nestas páginas.
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Em inglês, a nomenclatura mais utilizada é Non Suicidal Self Injury (NSSI)
Referências desta página :
1. AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5. 5° ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
2. WORLD HEALTH ORGANIZATION. ICD-11 for mortality and morbidity statisticsGenebraWHO, 2019.
Disponível em: https://icd.who.int/browse11/l-m/en#/http%3A%2F%2Fid.who.int%2Ficd%2Fentity%2F1430296724.
3. ARATANGY, E. W.; RUSSO, F. L.; GIUST, J. S.; CORDÁS, T. Como lidar com a automutilação. 3. ed. São Paulo: Hogrefe, 2018.
4. GIUST, J. S. Automutilação : características clínicas e comparação com pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo. 2013. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2013. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-03102013-113540/publico/JackelineSuzieGiusti.pdf.
5. BRASIL. LEI No 13.819, DE 26 DE ABRIL DE 2019, Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio.Brasilia, 2019.